terça-feira, 30 de outubro de 2012

Cliché

É fácil reconhecer uma cena ou expressão cliché quando a vemos. Em tempos foi novidade, foi surpreendente ou mesmo poético, mas o uso e abuso levou-lhe o efeito original. É algo previsível, que pode marcar a identidade de uma série, tipo de filme ou livro. Uma boa parte das cenas dos filmes são cliché e mesmo assim as pessoas até certo ponto gostam de ver confirmado e repetido aquilo que era previsível desde o inicio.

Saber que ficam juntos no final, que o bem triunfa sobre o mal, que apesar de todas as peripécias e picos de má sorte tudo se resolve. É quase inevitável cair em algum cliché, quando as histórias são demasiado realistas perdem a piada, para histórias realistas já chega a de cada um e dos que o rodeia, quando lemos um livro ou vemos um filme, série ou novela estamos pré-dispostos a ser transportados para uma nova realidade, onde as emoções estão sempre a flor da pele, onde não se teme o perigo ou as decisões arriscadas. Ao conhecer as personagens e a dinâmica da história vamos adivinhando o que vai acontecer e secretamente esperamos que siga o rumo que traçámos_cliché. Há abertura para novidades, surpresas e acontecimentos inesperados, mas tem que ser bem doseado, levar o espectador a acreditar num rumo quando no final se apresenta uma trama completamente diferente pode ser bem sucedido, mas não pode ser demasiado drástico, é pouco provável que se saia satisfeito de um filme se o protagonista, depois de ultrapassar todas as dificuldades morrer de forma estúpida no fim.

Quando a ideia é dar continuidade à história através de vários livros ou filmes é essencial que se preservem traços familiares, que se recorra a clichés que dêem a ideia de continuidade. O cérebro humano gosta da novidade, de ser surpreendido, mas também aprecia o gozo de alguma previsibilidade, estamos constantemente a analisar os acontecimentos e a pensar que se vai seguir. A ideia é manter as duas partes satisfeitas sem abusar do cliché, nem do caos da imprevisibilidade.


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Miúdos crescidos

Tenho a impressão de que os miúdos hoje em dia começam tudo mais cedo. As preocupações com a imagem, a mania de que já se é grande para fazer o que se quer e sair à noite, a maquilhagem, o álcool, o tabaco, os namoros, enfim, parece que saem mais cedo da casca. Ainda me faz confusão ver miúdos com 13/14 anos com pinta de quem já tem quase 18, não é só uma questão de imagem, mas de comportamento e mentalidade.

Esta semana saíram várias noticias que confirmam isso mesmo, os rapazes e as raparigas estão a entrar na puberdade cada vez mais cedo.
Segundo uma noticia da NBC, estudos revelaram que os rapazes americanos começam a apresentar sinais de puberdade cerca de 2 anos mais cedo do que o previamente descrito, por volta dos 9 anos para os negros e dos 10 nos brancos e hispânicos.
Nas raparigas também foi descrito algo semelhante, a percentagem de meninas com inicio do desenvolvimento mamário aos 7 anos tem vindo a aumentar, tal como foi descrito aqui e aqui.

Embora ainda não haja certezas quanto às causas e possíveis consequências destas mudanças, suspeita-se de factores ambientais (alterações genéticas demoraria centenas de anos a fazer-se notar) tais como aumento da obesidade e falta de actividade física, presença de químicos na comida e na agua. Estes factores podem interferir com a produção normal de hormonas, acelerando o processo.

Uma questão igualmente preocupante nesta tendência é pensar na maturidade e capacidade que as crianças têm para lidar com as alterações que vêm ocorrer no seu corpo quando ainda são tão novos. É a idade de começar a ter alguma independência, de deixar de ter medo de dormir sozinho, de começar a ter noção da existência de outras pessoas, com outras preocupações que não as suas. Na maioria dos casos ainda desconhecem a relação entre acção e consequência, ainda não pensam a longo prazo, ainda não se sentem responsáveis por si mesmos. Claro que a maturidade de cada um depende da sua história de vida, mas no geral continua a ser demasiado cedo para as mudanças que a puberdade acarreta. A própria maneira como os adultos interagem com as crianças tem que mudar e adaptar-se ao novo andamento. É necessário que as crianças/adolescente aprendam a gerir a descoberta da sexualidade numa fase em que quase não sabem tomar conta de si próprios, quando ninguém lhes fala disso porque acha que ainda é muito cedo e quando tudo parece fácil, acessível e natural como na televisão e na Internet.


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Beautiful mind


Dia 10 de Outubro é assinalado como dia das doenças mentais. Este ano foi dedicado à depressão global (Depression: A Global Public Health Concern), acredita-se que afecta uma em cada vinte pessoas, os contornos nem sempre são claros e há uma boa parte que não é diagnosticada nem clinicamente tratada. Não admira que se fale tanto em depressão numa altura em que a "crise" parece ser sempre a palavra do dia.

O lado bom destes dias é que também alertam para visões diferentes das coisas, neste caso das doenças mentais. Alguns génios, nas mais diversas áreas, são vistos como seres particularmente criativos e ao que parece, a muitos deles são atribuídas a mais variadas doenças mentais, desde depressão, bipolaridade, esquizofrenia ou obsessão. Às vezes aquilo que lhes tira a capacidade de terem uma vida dita normal permite-lhes explorar campos não acessíveis aos comuns, ditos normais. Estes padrões são vistos em escritores, músicos, pintores, cientistas, entre outros. Aquilo que pode parecer loucura à vista desarmada pode ser apenas a sua zona de conforto e o caminho para algo inédito.

A beautiful mind e Creativity 'closely entwined with mental illness'  são dois artigos que apresentam visões interessantes sobre doenças mentais.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

People are Awesome

Numa altura em que já não se pode ligar a televisão ou sair à rua sem ouvir falar de crise e tudo aquilo que veio com ela é necessário ir relembrando que nem tudo à nossa volta se pode resumir ou se deve subjugar a isso. Sonhar continua a ser de graça e  sim, vivemos num planeta fantástico, onde existem pessoas capazes de coisas fantásticas.

People are Awesome