sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Siria

Esta semana a organização Save the children publicou testemunhos de crianças que sentiram na pele as atrocidades impostas pela guerra civil na Syria que já dura há mais de 18 meses. Se é perturbador e revoltante para adultos, não consigo imaginar como ficam as crianças que sem saber/perceber porquê ficam diariamente expostos e sujeitos ao lado mais desumano da humanidade.

Untold Atrocities, the stories of syria’s children. Vale a pena ver aqui.


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A invenção de Deus

Será que houve um Deus que inventou a humanidade? ou terão sido os humanos a inventar Deus?
O cérebro humano está programado para ver padrões ou acaso. Há uma necessidade de justificar acontecimentos e acreditar que há uma razão ou plano por detrás disso tudo. É o cérebro que decide se acreditamos ou não em Deus e na sua influencia em pequenas coisas do dia-a-dia. É também no cérebro que tomamos consciência da realidade, será que imaginar Deus o torna real?

Este vídeo aborda estas e outras questões, cuja resposta tem sido procurada através da ciência. Algumas experiencias mostram como o comportamento das crianças é afectado pela ideia de haver uma pessoa invisível que os observa_O efeito da Princessa Alice. É interessante conhecer algumas das subtilezas do cérebro humano.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Mudar de ares

Há uns anos atrás por esta altura estava eu a mudar de ares e embora a ideia de ir para uma cidade desconhecida onde não conhecia ninguém possa parecer um pouco assustador, soube muito bem. Sabe a liberdade, é a oportunidade de fazer o que quer que seja sem o peso das opiniões ou ideias pré-definidas que as pessoas que nos conhecem têm de nós.

Somos seres sociáveis e como tal aprendemos a viver em sociedade desde muito cedo, apreciamos e buscamos a aprovação e reconhecimento pelos outros e embora isso nos dê conforto também nos limita a liberdade. À medida que nos vão conhecendo ou que conhecemos alguém vão-se ganhando rótulos, habituamos-nos a determinados comportamentos e desempenhos e sentimos a pressão de manter as expectativas e registos que os outros têm de nós. Mas porque raio damos tanta importância à opinião/expectativas das outras pessoas?

Chega a ser um pouco irritante, é tudo uma questão de tendências, os pensamentos reflectem o que outros pensam, os gostos seguem a tendência e a maneira de estar é mímica do que se vê à volta. A vontade de aceitação é tal que não há espaço para o original, o diferente é olhado de lado, pelo menos até se tornar tendência.

Admiro as pessoas que conseguem ser disparatadas sem, genuinamente, se preocuparem com a opinião dos que os vêm. Se a vida é nossa porque é que nos temos que reger pela visão que outros possam ter de nós. Foi por isso que soube bem chegar a um sitio novo com pessoas novas, ter uma nova oportunidade de ser de formas diferentes sem chocar com ideias pré-definidas, ou então o facto de ainda não as conhecer faz com que a sua opinião não tenha tanta importância. A ideia não é estar constantemente a romper com lugares e pessoas conhecidas, também é bom estar com quem nos conhece.Como não podemos andar eternamente a mudar de cidade e de pessoas resta-nos aprender a valorizar menos a opinião alheia e a não ter receio do diferente, do disparate ou do que quer que seja que nos apeteça ser.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Violência doméstica

Volta e meia surgem novas noticias ou pontos de situação relativos à violência doméstica. Esta era a noticia de hoje do semanário Sol. Aparentemente o número de casos de violência doméstica aumenta no Verão devido a maior convivência entre casais, entretanto o cenário de crise também poderá inflamar as discussões. Contudo, para mim, é evidente que algo de grave se passa por detrás de cada caso, mas não há justificação possível.

estudos que apontam uma vantagem evolutiva aos actos de violência doméstica, que supostamente aumentaria a probabilidade da mulher ter filhos seus e não de outro homem, embora perceba o raciocínio acho a teoria desadequada aos dias de hoje. É um problema comum a todas as culturas embora possa apresentar contornos distintos. É necessário ter ainda em conta que embora a maioria das vitimas sejam mulheres, também há casos de violência contra homens.

Nos dias que correm o papel da mulher já não é apenas cuidar da casa e dos filhos, cada vez mais estas tarefas são feitas a dois e a mulher também investe na sua própria carreira profissional. Deixou de haver uma única fonte de rendimento, deixou de haver uma dependência directa do outro. O casal é visto como dois indivíduos que partilham parte da sua vida e têm projectos em comum, mas também têm condições para a qualquer momento voltar a viver sozinhos. Os filhos poderão ser um boa razão para tentar manter um casal coeso, mas também não é obrigatório.

Eu acredito que o problema reside na meneia de pensar das pessoas. Uma relação não pode ser vista como um fim em si, mas antes como um processo. Antes de saber viver com outra pessoa é necessário aprender a estar sozinho, conhecer-se, respeitar-se e dar-se ao respeito. Nem sempre acontece, nem sempre as pessoas são educadas nesse sentido. Um acto de violência contra outra pessoa demonstra insegurança, dependência e falta de controlo de quem assim age. Não é uma questão de tempo, de dinheiro ou de poder, são razões bem mais primitivas.

Nos casos da violência doméstica não é só quem é agredido que precisa de ajuda, um precisa de perceber porque reage assim e entender os efeitos nefastos das suas atitudes o outro precisa de aprender que não há razões que justifiquem aceitar este tipo de atitudes e que é possivel viver de outra forma. Falhou muita coisa para se chegar à violência, a meu ver falham dois na construção de uma relação sustentável.