sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mais um retrato de Portugal

Portugal retratado por Mauricio Lima no New York Times.

Mauricio Lima for The New York Times
"Emilia Garcia, 46, stood in the Santa Filomena neighborhood in Amadora, Portugal, where local authorities have ruled that the entire neighborhood — predominantly home to immigrants from Cape Verde — is illegally occupied and have begun to demolish all of the homes there. Portugal has assiduously followed the belt-tightening prescriptions of its international lenders, passing on Tuesday yet another tough budget that raises taxes and cuts services"

sábado, 24 de novembro de 2012

Afinal o que é que queremos?

Há muitas teorias sobre a realização pessoal, bem estar e felicidade das pessoas. Afinal o que é que nos move? O que é que nos faz bem à alma ou o que é que nos faz feliz? Em que é que consiste a realização pessoal? Há dias em que tudo parece fácil, natural e prazeroso e há os outros em que nada parece encaixar, correr como previsto. Há dias em que parece que sentimos o universo a conspirar em nosso favor e outros em que parece que todo o mundo acordou para nos contrariar.

Sim, o dinheiro e a liberdade de escolher a forma como se vive contribui para a felicidade, mas não é uma meta, é caminho. Gostamos mesmo é do desafio, ter um ideal, ter um plano e ir vivendo no sentido de o concretizar. Às vezes é impossível, e nós sabemos isso mas mesmo assim acreditamos porque dá estimulo para continuar. E a felicidade aparece pelo meio aqui e ali, como recompensa ou por acaso. Há quem acredite que quando acabar qualquer coisa, quando casar, quando tiver uma casa, quando tiver filhos aí sim vai ser feliz, como se achasse que a vida actual não é suficiente, é ilusão e quanto mais tarde se apercebem disso mais dói. É preciso ter ambição, mas a valorização e gratidão pelo que se tem também ajuda a que não se adie eternamente a felicidade consciente. Somos seres complexos, há muitas variáveis e nem sempre está tudo em alta. A nossa incapacidade de controlar determinados acontecimentos é frustrante, mas faz parte das regras do jogo. Temos diferentes estratégias para colmatar esta frustração, as actividades paralelas, os escapes, a descontracção e as massagens ao ego. Precisamos de sentir que somos capazes, que fazemos alguma coisa de útil, que somos dignos de reconhecimento e se não acontece numa área procuramo-lo noutra. Neste campo encontra-se o voluntariado, a dedicação a causas nobres (ex. família/amigos), o gozo de exibir um carro ou uma roupa/ou outro acessório novo (daí que a generalidade das mulheres aprecie fazer compras e boa parte dos homens aprecie grandes maquinas), o jogo e o desejo de ganhar, actividades físicas ou mentais e o desejo de ganhar ou se superar, a religião e o sentimento de pertença e as actividades que nos levam para outras realidades como os livros, os filmes, as novelas ou histórias da vida dos outros em geral. A frustração pode mesmo servir de estimulo para se tentar novas coisas e novos limites ao mesmo tempo que recarregamos energia para continuar a fazer qualquer coisa mais ou menos. Pelo meio há fazes de inovação e rotura com determinados hábitos, há acontecimentos inesperados, há azares e há sortes. Temos uma óptima capacidade de adaptação a novas realidades tal como também nos sabemos acomodar com facilidade. Não há uma resposta clara e única para as questões do inicio deste post. cada um terá as suas respostas e provavelmente vão mudar com os anos e fases da vida. Somos seres complexos e inconscientemente buscamos um equilíbrio, qualquer coisa que vá resultando no meio do caos e nos dê combustível para o resto.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Dor


Dor é um dos fenómenos mais complexos do organismo. Cada centímetro quadrado de pele tem cerca de 15 receptores para pressão, existem 6 sensores para o frio e 1 para o calor, mas para a dor, cada centímetro quadrado de pele tem cerca de 200 receptores! Os receptores da dor são terminações nervosas que respondem a estímulos dolorosos, encontram-se em todos os tecidos, excepto no cérebro. Quando estes receptores são activados (por estímulos biológicos, eléctricos, térmicos, mecânicos ou químicos), conduzem a informação através da medula espinal até ao cérebro, onde tomamos consciência da dor. contudo a dor está longe de ser um processo simples, componentes emocionais como o sentimento de felicidade ou tristeza, a atenção e valor que é dada à dor alteram substancialmente a sua percepção. Por exemplo, quando há uma lesão numa situação de perigo para nós ou para alguém próximo, a dor tem muito menos relevância do que numa situação trivial. Quando sentimos que é por uma causa maior, temos mais resistência á dor do que se não houvesse nenhuma razão ou explicação razoável. Cada pessoa prececiona um estimulo doloroso de forma unica e o mesmo estimulo, a mesma pessoa em circunstancias diferentes pode originar um dor com intensidades distintas.

Basicamente a dor serve de alarme, avisa quando algo está mal e precisa de ser reparado ou protegido enquanto recupera. Depois de uma lesão, há um período durante o qual a região afectada ficar mais sensível à dor, avisando-nos de que não devemos utilizar o membro lesionado, mesmo em coisas simples como um pequeno corte no dedo. Este mecanismo desencoraja a utilização e esforço do membro, dando tempo à sua recuperação.

Pode-se cair na tentação de acreditar que se não tivéssemos dor, de todo, seria muito melhor para todos, contudo há casos de indivíduos geneticamente insensíveis à dor que comprovam precisamente o contrario, tal como se lê nesta noticia da BBC. O que é que nós eramos capazes de fazer se não sentissemos dor?

No outro extremo está a dor de um membro que já não existe, a dor do membro fantasma, resultado de uma adaptação mal feita que o cerebro se seniu obrigado a fazer perante uma nova realidade. Como se trata a dor de um braço que já não existe? Ainda é um desafio para médicos e cientistas.

Às vezes diz-se que a dor tem a dimensão da importancia que lhe dermos, o problema é que nem sempre nos apercebemos da importancia que têm, nem dos truques que a nossa consciência faz por nós.