quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Dor


Dor é um dos fenómenos mais complexos do organismo. Cada centímetro quadrado de pele tem cerca de 15 receptores para pressão, existem 6 sensores para o frio e 1 para o calor, mas para a dor, cada centímetro quadrado de pele tem cerca de 200 receptores! Os receptores da dor são terminações nervosas que respondem a estímulos dolorosos, encontram-se em todos os tecidos, excepto no cérebro. Quando estes receptores são activados (por estímulos biológicos, eléctricos, térmicos, mecânicos ou químicos), conduzem a informação através da medula espinal até ao cérebro, onde tomamos consciência da dor. contudo a dor está longe de ser um processo simples, componentes emocionais como o sentimento de felicidade ou tristeza, a atenção e valor que é dada à dor alteram substancialmente a sua percepção. Por exemplo, quando há uma lesão numa situação de perigo para nós ou para alguém próximo, a dor tem muito menos relevância do que numa situação trivial. Quando sentimos que é por uma causa maior, temos mais resistência á dor do que se não houvesse nenhuma razão ou explicação razoável. Cada pessoa prececiona um estimulo doloroso de forma unica e o mesmo estimulo, a mesma pessoa em circunstancias diferentes pode originar um dor com intensidades distintas.

Basicamente a dor serve de alarme, avisa quando algo está mal e precisa de ser reparado ou protegido enquanto recupera. Depois de uma lesão, há um período durante o qual a região afectada ficar mais sensível à dor, avisando-nos de que não devemos utilizar o membro lesionado, mesmo em coisas simples como um pequeno corte no dedo. Este mecanismo desencoraja a utilização e esforço do membro, dando tempo à sua recuperação.

Pode-se cair na tentação de acreditar que se não tivéssemos dor, de todo, seria muito melhor para todos, contudo há casos de indivíduos geneticamente insensíveis à dor que comprovam precisamente o contrario, tal como se lê nesta noticia da BBC. O que é que nós eramos capazes de fazer se não sentissemos dor?

No outro extremo está a dor de um membro que já não existe, a dor do membro fantasma, resultado de uma adaptação mal feita que o cerebro se seniu obrigado a fazer perante uma nova realidade. Como se trata a dor de um braço que já não existe? Ainda é um desafio para médicos e cientistas.

Às vezes diz-se que a dor tem a dimensão da importancia que lhe dermos, o problema é que nem sempre nos apercebemos da importancia que têm, nem dos truques que a nossa consciência faz por nós.

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