quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Acreditar em coisas estranhas

O ser humanos tem uma grande capacidade de acreditar em coisas estranhas e mesmo quando não faz muito sentido nem sempre é fácil mudar de ideias. Basta pensar nas crenças populares. Quando não se sabe a verdadeira razão surgem teorias e alguma acaba por prevalecer, depois surgem histórias ou novas evidencias aqui e ali que confirmam a teoria e está criado o caldo para a criação e passagem de uma história/mito. Mesmo que mais tarde se venha a provar que está errado é difícil deixar de acreditar e nalgumas pessoas continua a prevalecer. 

Neste campo incluem-se as histórias inofensivas (comer laranja à noite mata) que já ninguém sabe quando ou onde surgiram mas vão passando e coisas mais sérias que de forma intencional ou não se tornam conhecimento geral e influenciam a forma como a sociedade reage a determinados problemas como por exemplo a associação da vacinação infantil ao aparecimento de autismo entre outros mitos sobre saúde. Neste caso levou a que muitos pais optassem por não vacinar os seus filhos, fazendo aumentar a ocorrência de doenças que poderiam ser prevenidas através de vacinação e os gastos desnecessários em campanhas publicas para tentar rectificar a situação. As áreas da economia e politica são também bastante férteis neste tipo de fenómenos. 

Existem vários processos de disseminação de informação falsa na sociedade, rumores propagados pela Internet, pelos media, governo e políticos, ficção cientifica ou outras pessoas com fontes e interesses duvidosos. Na era em que estamos, a comunicação e propagação de informação falsa são processos selvagens, é prever a dimensão ou controlar os danos.

Ao nível individual existem factores cognitivos  que facilitam o estabelecimento de mitos e os tornam resistentes à correcção. Quando não há preocupação em averiguar os factos existem atalhos mentais. 

  • A nova informação está em concordância com aquilo em que acreditamos: ser mais ou menos conservador, religioso ou não, de esquerda ou direita influencia o nível de aceitação de novas teorias/histórias. 
  • Faz sentido? Se é fácil de entender/explicar, é fácil de acreditar.
  • Quem disse? Se foi uma pessoa com autoridade ou em posições de poder é mais provável que não se ponha em causa.
  • Quem acredita nisso? É o efeito manada, se muita gente acredita é provável que seja verdade, embora também se saiba que às vezes temos a sensação de que a maioria das pessoas tem a mesma perspectiva que nós mesmo quando não tem.
A partir do momento em que o mito está generalizado, a inercia opõem-se a mudança de ideias (dá trabalho questionar aquilo em que dá jeito acreditar), não basta provar cientificamente ou através de comprovação de factos, é um processo lento, às vezes também designado de mudança de mentalidades.

 

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